Nashville, New Orleans e Memphis: O “Triângulo da Música” é também “berço do rock”

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Amantes do estilo musical têm opção de visita a locais icônicos onde o Rock nasceu e se projetou para o mundo.

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Em 13 de julho 1985 aconteceu o Festival Live Aid, organizado por Bob Geldof, com o objetivo de arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia. O artista convidou nomes de peso do rock mundial, como Queen, U2 e Led Zeppelin.

Desde então, nesta data, celebra-se o Dia Mundial do Rock, uma expressão cultural tão forte que superou o âmbito da música, se espalhou pelo mundo e virou sinônimo, também, de comportamento, estilo de vida, estética, modas… se recriando e conquistando adeptos até hoje.

Parte da potência do Rock vem de suas origens como o Rhythm & Blues (R&B), blues, jazz: músicas que eram um poderoso canal de expressão de africanos e seus descendentes que viviam nos Estados Unidos e que sofriam com a intensa segregação racial existente no país nas décadas de 40 e 50.

Legenda: Cena do filme Rebel Without a Cause
Crédito da Foto: Movie-Fan on VisualHunt / CC BY-NC-SA

Essa alta dose de protesto e rebeldia que o Rock trazia em seu DNA conquistou os adolescentes e jovens dos Estados Unidos que formavam uma geração do pós Segunda-Guerra Mundial (1939-1945) com desejo de levar uma vida diferente da que levavam seus pais. Uma juventude que usufruía uma ascensão econômica do país e que, ao contrário de seus pais, não precisavam trabalhar desde muito cedo: a chamada geração dos “rebeldes sem causa”. Sobre isso, Chuck Berry, um dos primeiros ícones do Rock, chegou a dizer: “Por que jovens gostam de rock? Ora, porque os pais não gostam, é claro!”

Filmes como O Selvagem (1954) e Rebelde sem Causa (1955), interpretados por atores que se consagraram como Marlon Brando e James Dean refletiam os conflitos desses jovens com a geração de seus pais e, ao mesmo tempo, mostravam como a indústria do cinema identificou muito rapidamente o potencial comercial de tudo o que estava ligado ao Rock.

Em 1955, Sementes da Violência, filme de Richard Brooks, que tratava de temas como delinquência juvenil e conflito de gerações, tinha em sua trilha “Rock Around the Clock”, com Bill Haley & His Comets. O “rock around the clock” como sinônimo de “dançar/agitar sem parar” foi um enorme sucesso e um impulso para que essa música ganhasse as paradas de sucesso dos Estados Unidos e, em seguida, do mundo.

A expressão Rock n’ Roll não era nova naquela altura da década de 50, ela já havia sido usada em várias canções em décadas anteriores e também era uma gíria para “sexo”. O DJ Alan Freed que tocava música negra também para o público branco, batizou, em 1951, o seu programa de rádio, apresentado em Cleveland, de “Moondog Rock and Roll Party”. Freed é considerado, por muitos, o pai da nomenclatura Rock n’ Roll para o estilo musical que nascia na época.

Legenda: Sun Studio, Memphis
Crédito da Foto: LauraGilchrist4 on VisualHunt / CC BY

Outra figura essencial para o Rock foi o produtor Sam Phillips. Profundo conhecedor do country e do blues, ele fundou, em 1952, a Sun Records, em Memphis, no Tennessee. Por lá passaram ícones da música negra como B.B. King, Howlin’ Wolf e Rufus Thomas. Lá foi gravada a canção “Rocket ‘88’”, considerada por muitos a primeira canção autêntica de Rock. Foi no Sun Studio, também, onde aquele que, futuramente, seria chamado de “O Rei do Rock”, Elvis Presley, gravou seu primeiro single: “That’s All Right (Mama)”, em 1954.

O Rei do Rock

Legenda: Sun Studio, Memphis
Crédito da Foto: US Department of State on Visualhunt / CC BY-NC

Elvis Presley merece sempre um capítulo à parte na História do Rock. Sua maneira de dançar e cantar mostrou a forte influência dos negros para a cultura americana da época. Suas interpretações, cheias de sensualidade, foram um choque para parte da sociedade mais velha americana de então, e um convite à liberdade para a outra mais jovem. Em suas primeiras apresentações na TV, evitava-se filmar a cintura de Elvis para não mostrar seu rebolado de conotação sexual.

Seus números impressionam: Estima-se que Elvis tenha vendido mais de um bilhão de discos. São 150 o número de álbuns e de singles que foram certificados “disco de ouro”, “disco de prata” ou “multi-prata”, de acordo com a Recording Industry Association of America.

São 149 canções que entraram na classificação dos 100 melhores títulos dos Estados Unidos. São 31 filmes nos quais ele teve o papel principal. São estimados 625 fã-clubes de Elvis, em 45 países. A cada ano, 600 mil pessoas se encontram em peregrinação em Graceland, a casa onde Elvis Presley morou durante 20 anos e que foi classificada como monumento histórico em 2006.

Outros artistas de sucesso no Rock

Com o sucesso do Rock e de Elvis, artistas negros como Little Richard, Chuck Berry, Bo Diddley e Fats Domino ocuparam as paradas de sucesso americana, acompanhados por artistas brancos como Johnny Cash, Carl Perkins, Jerry Lee Lewis, Roy Orbison, entre outros.

Artista consagrado na música Folk, Bob Dylan, na década de 60, aderiu ao Rock e trouxe para o estilo suas letras politizadas e com o alto preciosismo literário que lhe rendeu um prêmio Nobel de Literatura recentemente (2016).

Os ingleses John, Paul George e Ringo, fundaram os Beatles tendo como inspiração clara e confessa essa música nascida no Sul dos Estados Unidos.

Toda essa origem ligada à diversidade cultural e à rebeldia, são alguns dos fatores que levaram o Rock a se perpetuar pelo tempo e espaço, estando vivo e forte até os dias de hoje em, praticamente, todo o mundo.

Legenda: New Orleans

Aos amantes do Rock, e das músicas que estão na sua raiz, que quiserem presenciar pessoalmente locais icônicos onde a história e a energia desta cultura é preservada com muito zelo, a Ambiental Turismo tem um pacote que visita Memphis, Nashville e New Orleans para sua apreciação. Confira os nossos pacotes: https://bit.ly/2LbvzGS