O Peru Além de Machu Picchu (parte III)

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Um país de culturas ancestrais ainda vivas

Uma das formas mais genuínas de conhecer e tentar entender as particularidades da história e cultura de um país é através de seu povo.

Nesse terceiro texto da nossa série sobre o Peru, a Ambiental traz algumas das singularidades sobre alguns povoados peruanos, as regiões em que se encontram e suas antigas tradições, muitas ainda praticadas.

Puno e Lago Titicaca



Outra surpresa guardada pela natureza a quem viaja ao Peru é o Lago Titicaca, o maior da América do Sul e o mais alto lago navegável do mundo, aos 4 mil metros de altitude. Ali está Puno, considerada a capital folclórica do país, por conta de seus inúmeros festivais cheios de cor.

Você terá a oportunidade de realizar um passeio de barco pelo Lago, visitando os descendentes dos Uros – nação que habitou a região antes dos Incas, desde a era pré-colombiana.

Esse povo vive em ilhas flutuantes construídas de totora, matéria-prima usada também para a construção de suas casas e barcos. Os visitantes são recebidos com muito entusiasmo e podem presenciar a maneira singular em que vivem e saber um pouco mais sobre seus hábitos.

Prosseguindo, o passeio conduzirá você a Ilha Taquile, que abriga cerca de dois mil nativos e onde ainda se fala o quéchua. Essa comunidade vive de acordo com suas próprias regras e tem um código no vestuário muito peculiar: você consegue descobrir certas características da vida de cada pessoa, segundo o chapéu que ela usa:



● Chapéus de uma cor: utilizados por homens casados;

● Chapéus de duas cores: utilizados por homens solteiros.

A forma que o chapéu é posicionado na cabeça do homem também indica se ele está em busca de uma parceira.

Além da tradição desse acessório, produzido pelos próprios homens da comunidade que aprendem o ofício quando crianças, a tecelagem de Taquile recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO e representa parte importante da economia da ilha.

Cusco

Cusco vai muito além de ser a cidade base para quem visita Machu Picchu. Ali há inúmeros sítios arqueológicos, muitas construções em pedra e muito da história dos povos andinos que forma um amálgama com a dos colonizadores espanhóis.

Entre as atrações imperdíveis ali estão:

Plaza de Armas de Cusco: É o ponto inicial para qualquer passeio pela cidade. Além de

a praça ser muito charmosa, ao seu redor ficam algumas das principais atrações da cidade e lojinhas de suvenires.

Parque Arqueológico de Sacsayhuaman: Com 10 mil anos de existência, é um sítio arqueológico que funcionou como centro cerimonial, uma zona sagrada e de estudos.

Neste local é celebrada a festa folclórica mais importante do país: INTI RAIMI, a Festa  do Sol.

● Qoricancha: Também chamado de Templo do Sol, era um local para cerimônias e estudos de astronomia e matemática.

● Catedral: Com três naves e 12 capelas em seu interior, possui uma arquitetura única,  além de ser um local muito rico em imagens, quadros, ouro e prata. As dimensões e a riqueza de detalhes impressionam e garantem a este templo o título de uma das maiores catedrais do mundo.

E se depois de tanta andança, bater uma fome, um dos restaurantes mais conhecidos da cidade é o Limo. Localizado no segundo andar de um edifício próximo à Catedral, tem uma linda vista para a Plaza de Armas.

Além de oferecer um bom serviço, também possui uma grande variedade de pratos que agradam aos mais diversos paladares. Entre as sugestões estão as bolitas de causa com sashimi ou o ceviche criollo de entrada. Como prato principal, peça o atum selado. Para acompanhar, suco de limão com hortelã.

Outra sugestão é o badalado Chicha, do renomado chef Gastón Acúrio, um restaurante para se ter um jantar memorável! Servem comida regional, respeitando os costumes e a cultura locais.

Preservam a tradição dos ingredientes naturais, valorizando ainda mais a culinária peruana.

Os pratos variados oferecem grande cartela de opções aos visitantes. O tradicional prato peruano lomo saltado é o mais procurado, mas no Chicha você pode ir por outros sabores escolhendo uma deliciosa língua ao molho de tomates com purê de arracacha (mandioquinha) ou o adobo de porco com rocoto bastante apimentado.

Você consegue conhecer um pouco mais sobre Cusco neste artigo que publicamos em uma outra oportunidade, que traz também outros detalhes sobre Puno.

Vale Sagrado

Localizado a nordeste de Cusco está o Vale do rio Urubamba, também conhecido como Vale Sagrado dos Incas, cheio de ruínas que vão desde Pisac até Ollantaytambo. 

Pisac é uma das principais cidades do Vale, conhecida como a porta de entrada para esse maravilhoso lugar. É onde estão as Ruínas de Pisac, uma construção atribuída à era pré-inca e inca, que foi um centro administrativo, construído com arquitetura especial, própria para evitar possíveis danos provocados por abalos sísmicos. 

Esta cidade ainda tem um dos seus maiores atrativos, o famoso mercado de Pisac, muito conhecido por sua variedade artesanal. Acontece na Plaza Mayor todas as terças, quintas e domingos.

É um festival de cores em produtos típicos peruanos desde artesanatos, produtos agrícolas, bijuterias, pratarias, objetos em cerâmica, tecidos em tapetes e vestimentas. Ainda pode-se encontrar alimentos produzidos nos Andes como frutas, verduras e legumes. Não esqueça de pechinchar, faz parte das práticas comuns ali.

Urubamba é outra cidadela do Vale Sagrado, muito conhecida pelo seu solo fértil. Na região é produzida a maior saca de milho desse país. Entre suas atrações próximas estão as Salinas de Maras que são minas de produção de sal sobre montanhas que, vistas de longe, mais parecem picos de neve.

Todo o sal vem de um córrego canalizado que desce a montanha, se acumulando nos tanques que foram projetados ainda na era dos Incas, e após a evaporação da água, o sal se cristaliza e é retirado. Lá se produz o sal que abastece toda a região do Vale Sagrado e Cusco, além de ser exportado.

Depois, tem Moray e seus terraços circulares concêntricos, que é considerado um dos maiores centros de pesquisa de agricultura Inca. É um incrível sistema de irrigação projetado em plataformas que formam microclimas diferentes entre um andar e outro, uma maneira perfeita de produção agrícola.

Ollantaytambo é considerado por muitos, como o segundo local com trabalho Inca em pedras de encaixes perfeitos, mais impressionante do Peru, depois de Machu Picchu, claro. Ollanta, como é conhecido pelos peruanos, é um dos povoados de onde partem trens que levam a Machu Picchu.

Mas, lá uma das ruínas mais impressionantes do Vale, um sítio arqueológico muito bem conservado que se acredita ter sido um centro religioso, militar e agrícola na época da civilização Inca. Era neste lugar que os Incas cultivavam rituais para atrair chuvas e assim, produzir mais e melhor entre as suas plataformas sobrepostas.

Além disso, ali também fica o Templo do Sol, na parte superior dos degraus feitos de pedras, um local de adoração e cerimônias de agradecimento ao deus maior dos Incas, o deus Sol.

Conhecer o complexo de Ollantaytambo vale muito pelo valor do conhecimento adquirido ali, que vem de eras passadas. 

Também fazem parte da lista de povoados do Vale, Chinchero, onde também há ruínas em terraços e uma pequena feira de artesanatos aos domingo; e Yucay, outro grande centro de produção agrícola. Você encontra mais detalhes e outros pequenos povoados do Vale Sagrado neste artigo sobre sítios arqueológicos que publicamos aqui em nosso Blog. 

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