Purussaurus brasiliensis, o jacaré gigante que habitou a Amazônia há 8 milhões de anos

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Com uma mordida mais letal que a do Tiranossauro Rex, o Purussaurus tinha 12,5 metros e pesava 8,5 toneladas.

Em 2015, um estudo sobre o pré-histórico superjacaré confirmou que há aproximadamente 8 milhões de anos, no final do Mioceno, nos rios e pântanos da floresta amazônica e nos territórios ao Norte da América do Sul, viveu um gigante de 8,5 toneladas, o Purussaurus brasiliensis.

O fóssil do réptil foi descoberto em 1892 pelo cientista brasileiro Barbosa Rodrigues.

Somente o crânio desse réptil chegava a medir 1,5 metros, com uma mordida poderosa que se estima ter alcançado 7 toneladas de força, isso graças ao formato de seu crânio: curto, com um formato robusto, largo e com narinas grandes que dissipavam muito mais o impacto gerado mordida, sem causar prejuízos ao animal (veja foto no fim desta matéria).

Essa poderosa mordida o permitia atacar presas muito maiores, o elevando ao topo da cadeia alimentar daquela época.

Mais forte que o Tiranossauro Rex

Para se ter uma ideia de sua força, pesquisadores afirmam que o Purussauro era muito mais perigoso e tenebroso do que o famoso Tiranossauro Rex.

“O Tiranossauro não teria vez numa luta. Para começar, o Purussaurus vivia numa região de pântanos, o que lhe dava mais vantagem territorial. E sempre vale lembrar que um antepassado do jacaré era predador do Tiranossauro”, disse Ghilardi em entrevista à BBC.

Cabe lembrar que essa luta é apenas uma projeção já que o Purussaurus viveu há mais de 50 milhões depois da extinção do tiranossauro.

Este jacaré gigante podia chegar a cerca 12,5 metros de comprimento e também compartilhava seu habitat com diversos peixes, tartarugas-gigantes, aves, outros tipos de jacarés, crocodilos e uma fauna diversificada de mamíferos como preguiças-gigantes e roedores da época. Acredita-se que o Purussauro tenha se alimentado de todos eles.

Você vai gostar de saber!!!

Na Serra da Capivara, no Estado do Piauí, foi encontrado um fóssil de preguiça-gigante com mais de 6 metros de altura. Uma réplica dele está no Museu da Natureza, atração imperdível da região

O Ancestral do Jacaré contemporâneo

Com todo esse tamanho o jacaré amazônico precisava digerir ao menos 40 quilos de alimentos por dia, conforme apontou a paleontóloga da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Aline Ghilardi. Isso é pelo menos 15 vezes mais do que um jacaré contemporâneo come.

Mas, também há semelhanças: Assim como seus parentes atuais, o Purussauro provavelmente afogava suas vítimas para depois arrancar pedaço a pedaço com um giro, engolindo inteiro sem mastigar.

A Extinção dos Purussauros

Com o surgimento e as mudanças constantes na elevação da Cordilheira dos Andes, houve uma alteração climática no sistema de águas amazônico, que reduziu a quantidade de espaço disponível para os animais que viviam naquela época, dificultando muito a vida dos grandes predadores. Os animais menores se adaptaram com maior facilidade, o que garantiu sua sobrevivência.

Fontes desta matéria:

Socientífica e Aventuras na História

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