4 motivos para comprar artesanato de capim dourado no Jalapão

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Quando falamos do Jalapão, pensamos logo nas belezas naturais fantásticas da região: as dunas, os fervedouros, as cachoeiras, as paisagens… porém, esse canto tão especial do Brasil tem outros encantos e o artesanato feito com o capim dourado é um deles.

Há muitos motivos para conhecer e comprar o artesanato em sua viagem. Alguns você, talvez, conheça, mas outros não.

Por isso, vem com a gente saber um pouco mais.

1 – A beleza do artesanato

O primeiro é o mais fácil de perceber pois está diante dos olhos: A beleza do artesanato dispensa qualquer outro tipo de apresentação.

A diversidade e a criatividade das peças feitas são um convite irresistível para trazê-las conosco para casa.

2 – O artesanato como fonte de renda e protagonismo

O segundo é o apoio que o trabalho com artesanato fornece às comunidades envolvidas

Para você saber mais um pouco sobre isso, buscamos esse relato da Railane de Brito da Silva, presidente da Associação da Comunidade Quilombola Mumbuca, na região de Mateiros, no Jalapão.

Na imagem, Railane segura uma mandala feita de Capim Dourado – Fonte da Imagem: Agência Brasil

“O capim dourado mudou as nossas vidas. É o capim dourado que coloca pão na mesa, que gera renda para comprar comida, roupa, calçado. Ainda hoje é a principal fonte de renda da comunidade e muda a vida das artesãs dando qualidade de vida melhor”, (Railane)

Capim dourado: tradição e empoderamento

Há 180 anos dona Laurinda, mais conhecida como dona Miúda, descobriu o capim-dourado. “Ela foi a percussora do capim-dourado no mundo”, conta orgulhosa Railane, que segue à frente da associação, vencendo desafios diários para que as artesãs da região tenham visibilidade. “Tenho orgulho do meu trabalho, que não é fácil, mas tenho força porque já nasci empoderada.”

O trabalho da associação

“A associação é o coração da comunidade Mumbuca”, conta orgulhosa Railane. “Na associação é desenvolvido artesanato de capim dourado. Temos a loja de Capim Dourado, onde tem 200 artesãs e associados que costuram todo dia e vendem lá. A loja organiza a venda das peças e 90% vai para o artesão, 5% fica com o vendedor e 5% vai para o caixa da associação”.

“Na comunidade Mumbuca, tudo gira em torno da associação, é como se fosse a prefeitura da comunidade. Ainda temos o escritório, a Casa da Cultura, o Barracão de Eventos. A associação é um trabalho social, porque tudo que vem de cesta básica e de doação passa pela associação que distribui para comunidade”.

3 – O capim dourado ajuda a preservar o Cerrado

Filha de pais agricultores, Railane tem muito orgulho de suas origens. “Nós quilombolas somos as comunidades que guardam mais do que tudo. Então, desde o passado a gente sabe conservar a natureza da forma que era.

A nossa comunidade é bem preservada. A gente ensina a não jogar lixo nos córregos e na beira dos rios, porque além do capim-dourado, aqui tem muitos atrativos, tem córrego, cachoeira, rios, praias, então é muito interessante”.

“A nossa forma de conservar o cerrado é deixar a cabeça do capim dourado lá [no campo], para nascer novos capins, além de usar o Cerrado com qualidade – que é colocar o fogo na época certa, não desmatar, não assorear e desmatar ao redor dos rios. O Cerrado nos oferece o melhor quando trabalhamos nesta terra com respeito”. (Railane)

4 – Conhecer e conversar com as produtoras

Esse é um dos motivos que você só vai saber de fato indo até o Jalapão.

A oportunidade de conversar com os moradores locais nos encanta tanto quanto as belezas naturais da região.

Ouvir as histórias antigas e ver a História acontecendo, conhecer os modos de vida, simplesmente bater papo com essas pessoas é realmente uma das experiências inesquecíveis de quem vai até lá.

Viajando ao Jalapão, não deixe de admirar também as pessoas e a cultura local.

Sobre o Cerrado

Mapa do Cerrado – Fonte da imagem: Wikipedia

Se você já esteve em algum desses lugares, já viu presencialmente as muitas belezas do Cerrado: Chapada dos Veadeiros, Chapada Diamantina, Jalapão, Serra da Canastra, Serra do Cipó, entre tantos outros. 😉😉😉

💚 Muitas etnias INDÍGENAS, povos QUILOMBOLAS, RIBEIRINHOS e tantos outros têm o Cerrado como sua casa e guardam uma cultura centenária e muitos conhecimentos sobre sua diversidade.

O CERRADO EM NÚMEROS

👉🏻 Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o Cerrado é uma das regiões com maior biodiversidade do mundo e passa por 15 estados.

🔸 As nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), estão no Bioma.

🔸 O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo. Lá já foram catalogadas:

– 1.627 espécies de plantas nativas,
– Cerca de 199 espécies de mamíferos são conhecidas,
– Cerca de 837 espécies de aves.
– 1200 espécies de peixes, 180 de répteis e 150 de anfíbios.

O que é o capim dourado?

O capim-dourado (Syngonanthus nitens) na verdade não é um capim, já que não pertence à família das gramíneas. Trata-se da haste de uma pequena flor branca da família das sempre-vivas (família Eriocaulaceae).

Fonte principal deste artigo: Agência Brasil

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