Guardiãs do Planeta – 15 mulheres ambientalistas que você precisa conhecer

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O site A mighty girl (uma garota poderosa – em tradução livre) publicou uma lista de “mulheres incríveis que trabalha(ra)m para proteger o meio ambiente e todas as criaturas que compartilham nosso planeta“. A lista destaca mulheres que “mudaram o jeito como vemos o Mundo e nosso papel na sua proteção”. Elas, acima de tudo, mostraram “que desde nas nossas pequenas decisões do dia-a-dia até as políticas internacionais, cada um de nós podemos fazer a diferença”.

Encerrando nossa série de artigos que apresentam o trabalho de mulheres responsáveis por grandes lutas cujos resultados podem ser conhecidos em viagens, optamos por fazer uma tradução resumida do artigo que serve como um bom guia para quem quer conhecer trabalhos inspiradores e as mulheres responsáveis por eles.

O artigo original (em inglês) está disponível em: https://www.amightygirl.com/blog?p=11863&fbclid=IwAR21BJGxif-6mXOYyQKmdb0yVCIVyLcyvVIHKfWCN3dTYwLeMzAoTewr-8I

Anna Botsford Comstock (1854 – 1930)

Anna Botsford Comstock começou seu trabalho de dedicação à natureza ilustrando os insetos que ela e seu marido estudavam. Desenhou milhares de reproduções detalhadas, primeiramente, para os livros de seu marido e, em seguida, para os livros que escreveram juntos.

Após se formar em História Natural, em 1885, começou a escrever seus próprios livros, incluindo The Handbook of Nature Study que ainda é considerado um livro chave para os estudos de natureza atuais. Anna ainda revolucionou o Mundo acadêmico tornando-se a primeira mulher a dar aulas na Cornell University.

Ela ainda é famosa por desenvolver o primeiro programa de estudo da natureza ao ar livre para crianças, que levou a ciência para além das salas de aula e estimulou o amor de crianças pela natureza. O método de ensino dela tornou-se modelo para estudos de natureza ao redor do Mundo, ajudando a fomentar uma nova consciência sobre a importância da preservação nas gerações seguintes.

*Anna Botsford Comstock – Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Kate Sessions (1857 – 1940)

Kate Sessions é um exemplo claro de que ser amiga do meio ambiente não significa apenas cuidar da preservação das áreas verdes, mas também criar espaços verdes nas cidades. Em 1881, Kate Sessions era a primeira mulher a se graduar na Universidade da Califórnia, em Ciências Naturais.

Em seguida, mudou-se para San Diego – àquela altura, uma cidade com quase nenhum verde. Logo após iniciar sua carreira hortícola, fez um acordo com a prefeitura da cidade e arrendou um espaço de 30 acres para tomar conta. Hoje, esse espaço é o Balboa Park. Em troca pelo arrendamento, ela plantaria 100 árvores em um ano na região do barren park e outras 300 no resto de San Diego. Até hoje, essas regiões ajudam a mudar a cidade.

*Kate Sessions – Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Rosalie Barrow Edge (1877 – 1962)

Rosalie Barrow Edge era uma defensora tão enfurecida da proteção da vida selvagem que o jornal New Yorker chegou a chamá-la certa vez de “a única honesta, despojada e indomável megera na história do conservacionismo”. Após desenvolver gosto pela observação de pássaros nos anos 1920, Edge ficou horrorizada ao descobrir que 70 mil águas-de-cabeça-branca estavam sendo abatidas no Alaska, mas que os grupos de conservação existentes não se importavam porque aquele não era um animal raro na época.

Ela fundou o Comitê de Conservação Emergencial (Emergency Conservation Committee), em 1929, que se dedicou a proteger todas as espécies de pássaros e demais animais, fossem raros ou comuns. Ela também encerrou décadas de caça a águias e falcões nos Montes Apalaches, comprando a área de caça em 1934 e a transformando no primeiro refúgio do mundo para aves de rapina, o Hawk Mountain Sanctuary.

*Rosalie Barrow Edge – Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Marjory Stoneman Douglas (1890 – 1998)

Quando a jovem Marjory Stoneman Douglas mudou-se para Miami, a região de Everglades era considerada um pântano inútil, mas, para a futura jornalista era algo diferente: Um vibrante complexo de ecossistemas, digno de proteção e que proporcionava a maior parte da água limpa para a Flórida. “Não há outro Everglades no Mundo”, escreveu em livro “The Everglades: River of Grass”, de 1947 que teve enorme impacto na opinião pública.

De fato, sem seu ativismo ininterrupto, o Everglades teria sido devastado completamente. O Governador da Flórida Lawton Chiles chegou a dizer que Marjory “não foi somente uma pioneira no movimento ambiental, ela foi uma profeta, convocando a todos para salvar o meio ambiente para nossos filhos e netos”.

*Marjory Stoneman Douglas – Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Margaret Thomas Murie (1902 – 2003)

Margaret Thomas Murie é considerada a “avó do movimento conservacionista”. A naturalista, escritora e aventureira adorava estar ao ar livre e passou quase 40 anos estudando a vida selvagem com seu marido, Olaus, em expedições pelo Alaska e Wyoming.

Em 1956, ambos iniciaram uma campanha pela proteção de alguns territórios naturais do Alaska que estavam em risco. Com a ajuda do juiz William O. Douglas, da Suprema Corte Americana, convenceram o então presidente Dwight Eisenhower a demarcar oito milhões de acres como o Arctic National Wildlife Refuge. Décadas depois, trabalhou para dobrar o tamanho da área.

Nesse meio tempo, ela foi decisiva na aprovação do Wilderness Act que definiu oficialmente áreas de proteção à vida selvagem e criou o National Wilderness Preservation System, que atualmente protege uma área de mais de 100 milhões de acres. Por seu trabalho recebeu a Medalha de Liberdade Presidencial.

*Margaret Thomas Murie –  Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Rachel Carson (1907 – 1964)

Quando a bióloga marinha Rachel Carson publicou Silent Spring, ela não apenas chamou a atenção para o perigo do uso indiscriminado de pesticidas sintéticos, ela ajudou a lançar o movimento ambientalista moderno.

Carson começou sua carreira no U.S. Fish and Wildlife Service, mas após seus artigos e livros sobre a vida no oceano se tornarem extremamente populares, ela passou a escrever sobre ciência em tempo integral. Quando Silent Spring foi publicado em 1962, Carson enfrentou uma forte e intensa crítica da indústria química, apesar de estar se tratando de um câncer de mama na época.

Mesmo após sua morte, seu livro fomentou o interesse do público em questões de saúde pública e meio ambiente. Poucos anos depois, no mandato de Richard Nixon, foi criada a Agência de Proteção Ambiental. “Silent Spring” é considerado um dos livros de não-ficção mais influentes do século 20.

*Rachel Carson – Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Dian Fossey (1932 – 1985)

Dian Fossey revolucionou o campo de estudo para mulheres da biologia quando se pôs a estudar os misteriosos gorilas da Montanha em Ruanda. A primatologista conseguiu se aproximar dos gorilas, como ninguém antes, imitando seu comportamento. Mas, enquanto Fossey identificava e catalogava os aspectos do comportamento dos gorilas que observava, ela também viu a brutalidade da caça ilegal.

Após seu gorila preferido, que ela batizou de Digit, ser morto, ela fundou o Digit Fund para financiar os esforços anti-caça. Fossey iniciou um enfrentamento aos caçadores ilegais, destruindo suas barracas, pressionando autoridades locais a reforçar leis anti-caça ilegal e ajudando na prisão dos caçadores. Em 1985, foi encontrada morta em sua cabana, fruto de um assassinato. Ninguém jamais achou o seu assassino, embora suspeitem que seja um caçador de gorilas.

O seu legado mantém-se vivo em várias organizações e sociedades dedicadas a salvar da extinção desses primatas. Graças ao trabalho de Fossey, a consciência do mundo em relação à extinção do gorila-das-montanhas aumentou, e os animais são protegidos agora pelos Governos de Ruanda, Uganda e várias organizações de conservação internacionais, inclusive o The Dian Fossey Gorilla Fund International.

*Dian Fossey- Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Jane Goodall (1934)

Até que Jane Goodall observasse um chipanzé pegar um pequeno galho, retirar suas folhas, inseri-lo dentro de um pequeno túnel em um cupinzeiro para “coletar” cupins que lhe serviriam de alimento, a Ciência considerava que a diferença entre os Seres Humanos e os Animais era a capacidade de utilizar ferramentas.

A partir desta observação de um primata criando e utilizando uma ferramenta, precisou-se redefinir o que era o conceito de Homem para a ciência ou seria mandatório aceitarmos que os chipanzés eram humanos. E esta não foi a única descoberta de Goodall que, mais de uma vez, revolucionou o que a ciência sabia. Para além de suas contribuições que são um marco para a ciência mundial, a história de Jane Goodall é uma sucessão de superações pessoais e de amor, e engajamento à preservação dos chipanzés e da natureza como um todo.

Temos um artigo em nosso Blog dedicado exclusivamente para Jane Goodall… Confira!

*Jane Goodall (Foto: Nick Step) – Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Sylvia Earle (1935)

Esta revolucionária bióloga marinha Americana foi nomeada pela Revista Time como a primeira Heroína pelo Planeta, em 1998, e é conhecida por sua defesa dos oceanos. Em 2009, ela usou o dinheiro de um Prêmio TED que ganhou para fundar a Mission Blue, uma organização sem fins lucrativos dedicada a criar áreas de proteção marinha pelo Mundo.

Earle é ainda uma autora Best-seller cujos escritos têm ampliado consciências sobre a importância dos oceanos, que ela chama de “Os corações azuis do planeta”. Para o delírio de seus muitos fãs jovens e mais velhos, a empresa LEGO criou uma série que fala sobre a exploração profunda dos oceanos inspirados em seu trabalho e que inspirarão a próxima geração de protetores do oceano.

*Syvia Earle- Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Wangari Maathai (1940 – 2011)

Wangari Maathai teve uma rara oportunidade para uma mulher queniana: Ela foi uma das 300 estudantes do país selecionadas para o Programa Airlift Africa, que ofereceu a oportunidade de estudar nos Estados Unidos. Após se graduar e fazer mestrado em Biologia, ela voltou ao Quênia, onde ela teve uma nova perspectiva sobre os danos ambientais em seu país e sobre a necessidade de direitos das mulheres.

Ela criou o Movimento Green Belt para lidar com ambos, ensinando as mulheres quenianas como plantar novas árvores em áreas desmatadas e como obter fonte de renda delas de forma sustentável. Desde então, o Movimento treinou 30 mil mulheres para tirá-las da fome e plantou 51 milhões de árvores. Por seu trabalho, recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2004, sendo a primeira mulher africana a receber o prêmio.

*Wangari Maathai – Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Biruté Galdikas (1946)

Enquanto Biruté Galdikas crescia no Canadá, e teve conhecimento das pesquisas e aventuras com primatas de Jane Goodall e Dian Fossey, ela não tinha ideia de que alcançaria o status de ambas. Porém, quando ela encontrou o aclamado paleoantropólogo Loiuis Leakey durante sua graduação, ela lhe disse que gostaria de estudar os orangotangos em seu habitat natural, e logo, ela estava fazendo uma pesquisa em Bornéu.

Galdikas não só revolucionou nossa compreensão deste primata, como também se tornou uma defensora da preservação de sua floresta tropical que estava sendo rapidamente destruída pela extração de madeira. Ela combateu o comércio de orangotangos e criou um centro de reabilitação para animais capturados com o objetivo de reinseri-los na natureza. Como presidente da Orangutan Foundation International, Biruté Galdikas fala enfaticamente sobre a proteção da natureza: “Nossa conexão com a natureza é muito básica, sem ela humanos estão perdidos… é isso”.

*Biruté Galdikas – Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Winona LaDuke (1959)

A ativista americana La Duke aprendeu logo sobre os desafios que enfrentavam os povos nativos americanos. Seu pai, da etnia Objibwe, membro da White Earth Reservation, de Minnesota, teve longa história de ativismo relacionado à demarcação de terras. Dentro da tradicional conexão de sua etnia com a terra, ela vislumbrou potencial para um novo modo de desenvolvimento sustentável e de base comunitária: a produção ambientalmente consciente de tudo, da energia até os alimentos.

O projeto sem fins lucrativos que ela fundou reviveu o cultivo de arroz em Minnesota e vende alimentos tradicionais sob um selo Native Harvest (Colheita Nativa). “O Poder está na terra, em nossa relação com a terra”, ela diz. Ao promover um modelo de relação, ela espera que outras pessoas, assim como as etnias nativas americanas, possam ver o valor de uma vida sustentável e conectada.

*Winona LaDuke- Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Erin Brockovich (1960)

Erin Brockovich era um assistente jurídica, sem formação em direito, quando se tornou fundamental na construção de um enorme processo contra a Pacific Gas and Electric Company (PG&E) por contaminação de lençol freático em Hinckley, California. A (PG&E) derramou centenas de milhões de galões do produto químico cromo hexavalent e provocou inúmeros casos de doenças nos moradores das proximidades.

Em 1993, Brockovich começou a investigar as doenças e seu minucioso trabalho resultou em um pagamento de indenizações no valor de 333 milhões de dólares pela empresa em 1996. Seu trabalho ficou mundialmente famoso quando foi retratado em um filme estrelado por Julia Roberts. “Eu me importo de verdade com o meio ambiente, mas meu trabalho real e meu grande desafio é combater fraudes que acabam prejudicando a saúde e a segurança pública”.

*Erin Brockovich- Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Berta Isabel Cáceres Flores (1971 – 2016)

Vinda  do Povo Lenca que habita certas regiões de Honduras, Berta Isabel Cáceres Flores desde cedo tomou conhecimento da importância de preservar a natureza ao seu redor. Como estudante, ela fundou o COPINH – Conselho de Organizações Indígenas e Populares de Honduras, para combater questões como a extração de madeira e a destruição do meio ambiente causada por lavouras e barragens.

Uma de suas campanhas populares, que a levou a ganhar o Prêmio Goldman Environmental 2015 resultou na retirada de uma das maiores construtoras de barragens do Mundo de um projeto no Rio Gualcarque. Os construtores haviam quebrado regras internacionais ao não consultarem povos locais que estavam preocupados de a barragem impedi-los de ter acesso à água, comida e medicamentos. Cárceres foi assassinada em 2016 dentro de sua casa. Em 2013, ao saber que sua vida estava em perigo, disse: “Eu quero viver. Há muitas coisas que eu ainda quero fazer no Mundo, mas eu nunca considerei desistir de lutar por nossas terras, por uma vida digna, porque nossa luta é legítima”.

*Berta Isabel – Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

Isatou Ceesay (1972)  

Como muitas garotas na Gâmbia, Isatou Ceesay foi obrigada a abandonar os estudos ainda jovem, mais isso não significou que ela ficou alheia aos desafios ambientais ao seu redor. As sacolas plásticas coloridas que ela admirava estavam agora se tornando lixo por toda sua vila, prejudicando os rebanhos, beneficiando mosquitos transmissores de doenças e asfixiando plantas… e tais quais as cestas de tecido as quais sua comunidade estava habituada, elas nunca se decompunham.

Em 1997, Ceesay fundou o Grupo de Geração de Renda e reciclagem Njau. Esta revolucionária iniciativa de reciclagem comunitária transforma perda em ganho. Mulheres coletam materiais recicláveis e os trazem a um centro onde são separados e transformadas em sacolas, tapetes, bolsas e muito mais. Hoje, ela é conhecida como a “Rainha da Reciclagem na Gâmbia” e mais de 100 mulheres ganham renda graças a Organização de Ceesay.

*Isatou Ceesay – Foto retirada do site https://www.amightygirl.com

A tradução deste texto foi uma sugestão da Carolina Benitez, que trabalha no Departamento de Viagens de Incentivo da Ambiental Turismo.

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