10 Músicas para se conectar com a Natureza Brasileira

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Para você que gosta de boa música e boas viagens, selecionamos 10 canções brasileiras que vão conectar você com a natureza de nosso país.

Quem não gosta de música? Quem não tem aquela música que marcou um momento da vida? ou aquela trilha sonora que expressa uma emoção que sentimos? A música tem esse poder sobre a gente.

Uma música pode nos divertir, acalmar, agitar, fazer esquecer coisas ruins, lembrar coisas boas, e por aí vai… 

Como o Brasil é um país privilegiado pela qualidade e diversidade de seus compositores, resolvemos fazer uma lista de canções que celebra a diversidade da natureza brasileira e que defendem sua preservação.

Confira nossas dicas e compartilhe as suas conosco.

“Água que o sol evapora / Pro céu vai embora / Virar nuvens de algodão”

Planeta Água (Guilherme Arantes)

Esta canção é um verdadeiro manifesto pela preservação da água, recurso tão fundamental para a vida e que representa mais de 70% da superfície do nosso planeta e da composição de nossos corpos. Não por acaso seu refrão diz: “Terra, planeta água!”

“Águas escuras dos rios / Que levam a fertilidade ao sertão / Águas que banham aldeias / E matam a sede da população”

Infelizmente, é um recurso tão maltratado pelo modo de vida que a humanidade tem adotado.

Borzeguim (Tom Jobim)

Não por acaso Tom Jobim ficou conhecido como maestro soberano. Sua contribuição para a música brasileira foi inovadora e influencia gerações de artistas até hoje.

Mas, não só na música Tom Jobim foi inovador. Suas letras são defesas contundentes da preservação da natureza. Borzeguim é apenas um dos exemplos do talento e das preocupações ambientais de Tom Jobim:

“Deixa o tatu-bola no lugar / Deixa a capivara atravessar / Deixa a anta cruzar o ribeirão / Deixa o índio vivo no sertão”

Sal da Terra (Beto Guedes e Ronaldo Bastos)

O mineiro Beto Guedes, com sua sensibilidade e sua voz inconfundíveis, interpreta a letra de Ronaldo Bastos nessa canção em tom de manifesto pela preservação do planeta.

A canção é praticamente uma convocação para fazermos algo e lembra nosso compromisso com as futuras gerações: “Vamos precisar de todo mundo / Um mais um é sempre mais que dois / Pra melhor juntar as nossas forças / É só repartir melhor o pão / Recriar o paraíso agora / Para merecer quem vem depois”

A denúncia também é uma marca da canção: “Terra, és o mais bonito dos planetas / Estão te maltratando por dinheiro”

“O que se corta em segundos gasta tempo prá vingar”

Saga da Amazônia (Vital Farias)

Embora não tão conhecido do grande público, Vital Farias é um grande artista com um público que o acompanha muito atentamente.

Seu estilo musical mantém viva a cultura nordestina influenciada pelos trovadores e menestréis da idade média. A função desses artistas era vagar pelo mundo cantando as notícias de um lugar para o outro.

E é bem isso que Vital Farias faz em Saga da Amazônia. A canção narra a história de um cantador que chega na Floresta Amazônica e presencia uma devastação enorme afetando as árvores os bichos e os povos tradicionais da região: “No lugar que havia mata, hoje há perseguição” / “Foi então que um violeiro chegando na região / Ficou tão penalizado que escreveu essa canção”

Forças da Natureza (João Nogueira e Paulo César Pinheiro)

Esse samba gravado em 1978 exalta a beleza da natureza e seu poder de renovação, fazendo uma analogia com a situação política do período em que o Brasil vivia a ditadura militar e o desejo de mudança manifestado pelos compositores:

“Uma chuva de prata do céu vai descer, lá, lá, iá / O esplendor da mata vai renascer / E o ar de novo vai ser natural / Vai florir”… “As pragas e as ervas daninhas / As armas e os homens de mal / Vão desaparecer nas cinzas de um carnaval”

Forças da Natureza também foi gravada pela cantora Clara Nunes.

“Não posso respirar, não posso mais nadar / A terra tá morrendo, não dá mais pra plantar”

Xote Ecológico (Luiz Gonzaga)

Nesta canção, composta em parceria com Aguinaldo Batista, Luiz Gonzaga, nosso rei do Baião e um dos maiores expoentes da cultura nordestina brasileira mostra que ele também se preocupava com as questões ecológicas.

“Cadê a flor que estava aqui? Poluição comeu / E o peixe que é do mar? Poluição comeu / E o verde onde é que está? Poluição comeu / Nem o Chico Mendes sobreviveu”

Xavante (Maria Bethânia)

Composta pelo paraibano Chico César, essa canção exalta o Povo Xavante e não poderia faltar em nenhuma lista de canções elaborada aqui na Ambiental Turismo.

Afinal, somos parceiros dos Xavante em sua estratégia de usar o turismo como forma de valorizar e divulgar sua cultura e, dessa forma, preservá-la (clique aqui para saber mais sobre o povo Xavante).

Na voz de Maria Bethânia essa canção ganha uma força que representa muito bem a força do Povo Xavante. 

“Avante xavante cante / O vento canta contigo / Não contente mais cantante / Como amante feito amigo”

“Some, rolinha / Anda, andorinha / Te esconde, bem-te-vi”

Passaredo (Chico Buarque)

Se, além de voar, muitos pássaros têm por característica cantar, Chico Buarque parece ter resolvido retribuir os belos cantos dos pássaros à altura e cantá-los em Passaredo.

Esta belíssima canção é uma verdadeira homenagem aos pássaros do Brasil. Faz uma lista imensa deles. Precisa ser bastante conhecedor do assunto para conhecer todos.

Ei, pintassilgo / Oi, pintarroxo / Melro, uirapuru / Ai, chega-e-vira / Engole-vento / Saíra, inhambu / Tordo, tuju, tuim”…

Aliás, é uma bela canção para mostrar às crianças e propor uma pesquisa de imagens e sons de todos esses pássaros. Não por acaso, Passaredo fez parte da trilha sonora da versão televisiva de Sítio do Picapau Amarelo, na década de 1970.

De quebra, a canção ainda mostra a má fama dos humanos e seu impacto negativo na natureza. Em determinado trecho, a letra simula uma conversa entre os pássaros: “Bico calado! Toma cuidado / Que o homem vem aí / O homem vem aí”…

Capim (Djavan)

Em Capim, Djavan canta a natureza brasileira de norte a sul: “Pinheiros do Paraná / Que bom tê-los como a areia no mar / Mangas do Pará, pitombeiras da Borborema / A Ema gemeu no tronco do Juremá”.

Entidades religiosas são retratadas, mostrando que a diversidade é natural e cultural. A corajosa luta indígena também merece versos nesta canção: Cacique perdeu mas lutou que eu vi / Jari não é Deus mas acham que sim”

Oricuri (João do Vale)

Se você gosta da cultura de um Brasil profundo, ligado à sabedoria dos povos tradicionais e ainda não conhece esta canção, você precisa conhecer.

Em Oricuri, João do Vale vai mostrando como um sertanejo, muitas vezes sem ser alfabetizado, tem a enorme capacidade de ler a Natureza, entender seus sinais e segredos. “Catingueira ‘fulora’ vai chover / Andorinha voou vai ter verão / Gavião se cantar é estiada / Vai haver boa safra no sertão”

Na voz de Clara Nunes e João do Vale, essa música fica ainda melhor.

O maranhense João da Vale, autor de muitas belas canções como esta, é homenageado com um teatro em São Luís do Maranhão.

Gostou das dicas?

Se quiser ouvir outras canções como estas, acesse a Playlist “Natureza Brasileira” que a Ambiental preparou no Spotify e vivencie uma ótima conexão com a natureza brasileira através das ondas sonoras!

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Se você deseja fazer uma viagem com interação responsável com a natureza, respeito às comunidades locais, fale com um dos consultores da Ambiental Turismo: 11 3818-4600 (whatsapp e telefone)