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O azul quase uniforme do céu contrasta com as dezenas – senão centenas – de tonalidades da água e da imensidão gelada logo à frente. Apesar de pertencerem à mesma família, as cores são muito diferentes entre si e formam um espetáculo visual que vai apresentando novos atos de acordo com a vontade do sol.
Como se não bastasse, estalos altos são o prenúncio de uma exibição à parte. A partir daí, as atenções de todos se voltam para localizarem o lugar exato da origem do som para apontarem as câmeras, ajustarem o foco e terem a chance de capturar o momento exato em que um bloco de gelo do tamanho de um prédio se desprende em direção à água. Conseguir fotos em sequência é um grande privilégio.
Esta é uma cena muito comum para quem visita o Glaciar Perito Moreno, na Patagônia Argentina, cujo ponto de partida é a cidade de El Calafate, na província de Santa Cruz, a mais de 2,7 mil quilômetros de Buenos Aires.
Com apenas 22 mil habitantes, El Calafate é também conhecida como Cidade dos Glaciares por comportar o segundo maior parque da Argentina, o Parque Nacional Los Glaciares. Ao todo, são 7 mil quilômetros de extensão, nos quais estão localizados alguns dos maiores do mundo, como o Spegazzini, Upsala, O’nelli e, claro, Perito Moreno.
Também em seus domínios está o Argentino, o maior e mais austral dos grandes lagos patagônicos do país, local onde desaguam vários glaciares.
O mais famoso da Argentina e um dos maiores do mundo, o Perito Moreno recebeu este nome em homenagem a Francisco Pascasio Moreno, criador da Sociedade Científica Argentina e um importante pesquisador da região austral daquele país. Distante cerca de 80 quilômetros de El Calafate a primeira vista, a geleira mais parece uma porção de mar congelada.
Mas, não é isso, já que o oceano está a mais de mil quilômetros dali. Esta massa foi formada pela compactação da neve nas montanhas andinas ao longo de milhares de anos e, por conta do peso, passou a descer as encostas chegando ao que é hoje.
Perito Moreno é tido como uma das reservas de água doce mais importantes do mundo e, não à toa, figura como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Suas dimensões impressionam: são 60 metros de altura, algo equivalente a um prédio de 20 andares; 250 quilômetros quadrados – área maior que a capital, Buenos Aires –, 5 quilômetros de largura e 25 de extensão, o que faz dele o maior glaciar em extensão horizontal do mundo e, também, informalmente, a oitava maravilha do mundo. Além disso, outra curiosidade é que, ao contrário do que vem ocorrendo com outras geleiras ao redor do planeta em face ao aquecimento global, Perito Moreno aumenta a cada dia.
O que fazer no Glaciar Perito Moreno?
Observar a magnitude da geleira e tentar adivinhar onde ocorrerá o próximo desprendimento de um bloco são “obrigatórios”. Para isso, há uma passarela próxima, com cerca de 2 quilômetros de extensão e mirantes localizados de forma estratégica. Além disso, quem deseja chegar ainda mais perto pode realizar um safári náutico, em que um barco percorre as águas do lago chegando a uma distância segura dos paredões.
Há mais: que tal uma caminhada pelo glaciar para a experiência se tornar ainda mais completa? Recomendado apenas a quem tem um bom preparo físico, é preciso usar calçados especiais, como aqueles semelhantes aos usados por alpinistas e este passeio só é disponibilizado entre setembro e abril. O trajeto inicial é feito de barco até uma área de acesso ao gelo e, depois, os turistas andam, conhecem cavernas, lagoas, fissuras e podem até fazer piqueniques.
Passeios imperdíveis em El Calafate
Apesar de Perito Moreno ser a maior atração ali, há outros passeios que valem a pena serem feitos e que não podem ficar de fora da viagem.
Estância Cristina e Glaciar Upsala
Tão surpreendente quanto Perito Moreno, o Glaciar Upsala também entra na categoria “incrível”. Localizado na Estância Cristina, os visitantes caminham até um mirante sobre a vista oriental do glaciar. A visita termina com um almoço à base de cordeiro patagônico e uma ida ao museu próximo dali.
Balcones de El Calafate
Este mirante é o mais famoso da região, localizado no Calafate Mountain Park. Para se chegar até lá, é preciso embarcar em veículos 4X4. Dali, se tem uma ampla vista panorâmica da cidade de El Calafate, a Cordilheira dos Andes e seus glaciares. Se o tempo estiver bom, é possível ver o FitzRoy e a Torre em Chaltén. Esta é uma das poucas atrações que não fecha no inverno. Muito ao contrário, já que seu relevo, quando coberto de neve, torna-se uma área muito propícia ao esqui, ao snowmobile e para tubing.
Glaciarium
Localizado a 9 quilômetros de El Calafate, este é um museu interativo que explica como se formaram as geleiras e sua importância não apenas para a região dos glaciares, mas para todo o planeta. Lá dentro, há o Glaciobar, um interessante bar todo feito em gelo, inclusive os copos.
Punta Gualicho ou Walichu
Distante 9 quilômetros de El Calafate, é um local histórico e arqueológico. Seu nome refere-se a uma divindade cultuada pelos povos dali. Trata-se de um conjunto de cavernas descobertas em 1877 por Perito Moreno. Dentro, há inúmeras pinturas rupestres dos primeiros habitantes dessas terras.
Não deixe de observar as cenas de caçadas e os animais que viviam em companhia desses homens. Repare também nas “clássicas” mãos carimbadas. Além disso, nos arredores de El Calafate é possível fazer trekkings, cavalgadas e pescaria.
Quando ir a El Calafate e o que levar na mala?
Apesar de outros locais em que o frio é a principal atração, viajar para conhecer El Calafate e seus glaciares não é uma boa ideia para se fazer no inverno. Isto porque, quanto mais perto do verão, mais agradáveis ficam as temperaturas e, mais importante: os dias se tornam mais longos, com mais horas de sol. Já no inverno, muitas atividades são paralisadas, como o trekking nas geleiras. Além disso, os dias contam com poucas horas de luz.
A alta temporada em El Calafate vai de outubro até abril, e os meses mais concorridos são janeiro e, especialmente, fevereiro.
Mesmo no verão, as temperaturas ainda são baixas. Por isso, é fundamental montar uma mala típica de um destino de inverno, como segunda pele térmica, cachecol, gorro, luvas, calçado impermeável e de solado antiderrapante.
Não esqueça também de levar óculos escuros e filtro solar, por conta do reflexo da luz no gelo, e protetor labial. Uma jaqueta corta-vento é um item imprescindível para os passeios de barco e caminhadas.
Onde comer em El Calafate?
As temperaturas mais baixas são um convite para apreciar uma boa gastronomia. E boa comida é o que não falta ali.
- Restaurante Isabel: a especialidade é o cordeiro patagônico delicioso. Para a experiência ficar ainda melhor, experimente com uma taça de um vinho Malbec, Cabernet Sauvignon ou Syrah, uvas tipicamente produzidas pelos argentinos.
- Cambalache: ideal para quem não abre mão de uma boa pizza e quer provar as deliciosas empanadas argentinas.
- Librobar Borges & Alvarez: com uma decoração inusitada cheia de livros, é um bar ideal para os amantes de uma boa bebida e de uma boa literatura.
Visitar El Calafate e seus glaciares é poder conhecer de perto uma das forças mais inexoráveis da natureza. É também um chamado à conscientização deste planeta que, embora se mostre forte, exige muitos cuidados se quisermos que as próximas gerações desfrutem o mesmo que nós.
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