O Peru além de Machu Picchu (Parte II)

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Nazca, Arequipa e Canyon del Colca: mirantes de alguns dos cenários mais simbólicos do mundo

O Peru além de Machu Picchu (Parte II)

Ir ao Peru e conhecer apenas Machu Picchu seria mais ou menos o equivalente a ir a Paris e conhecer apenas a Torre Eiffel, ou ir até a Roma e conhecer apenas o Coliseu…

São passeios indispensáveis ao viajante de primeira viagem. Porém, para quem é movido por belas descobertas e pela busca de momentos inesquecíveis é preciso ir além e chegar até as outras maravilhas que o destino pode oferecer.

Dando sequência à nossa série de posts sobre o Peru Além de Machu Picchu, vamos falar sobre duas atrações singulares: As Linhas de Nazca, uma série de obras enigmáticas e suntuosas de civilizações milenares e o Canyon del Colca e Chivay, um espetáculo da Natureza repleto de dimensões singulares. Nosso texto ainda passa pela bela cidade de Arequipa. Vamos lá!

Linhas de Nazca

Distante cerca de 220 quilômetros de Pisco e 450 quilômetros de Lima, entre as cidades de Palpa e Nazca, no deserto de mesmo nome estão localizadas as linhas de Nazca. Declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco, as centenas de geoglifos ocupam uma área de cerca de 750 quilômetros e foram criados pelo povo Nazca que viveu na região entre 300 a.C. 800 d.C.

Os desenhos são compostos por linhas rasas, em que foram removidas as pedras avermelhadas compostas por óxido de ferro, com uma superfície esbranquiçada por baixo. Sua duração até os dias atuais se deve ao fato de o deserto ser um dos mais secos do mundo e praticamente sem ventos.

As figuras principais são a Aranha, o Beija-flor, o Pássaro Gigante, o Macaco de rabo em espiral e o Astronauta, além de complexas mandalas formadas por sobreposições de quadrados e círculos.

Os comprimentos das figuras variam entre 50 e 300 metros. Por isso, a melhor maneira de conhecer esse patrimônio é em um sobrevoo de avião.

Historiadores, antropólogos e arqueólogos ainda não chegaram a uma conclusão sobre suas funções, mas especula-se que tanto pode ser religioso quanto astronômico.

Aqui em nosso blog, já falamos sobre Maria Reiche, a pesquisadora alemã que é uma das maiores responsáveis pelo desenvolvimento de várias pesquisas sobre essas enigmáticas linhas. Para saber mais sobre ela e sobre essa região, leia também: Maria Reiche, a Dama das Linhas de Nazca.

Arequipa

Distante cerca de 500 quilômetros de Nazca, está Arequipa, a 2,3 mil metros acima de nível do mar e aos pés de três grandes vulcões: El Misti, Chachani e Pichu Pichu.

Arequipa é considerada pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade. É conhecida como “Cidade Branca”, já que tem casarios coloniais datados dos séculos 17 e 18 revestidos em silla, uma pedra branca de origem vulcânica.

E é sua arquitetura que faz deste lugar um dos mais belos exemplos da colonização espanhola no Peru. Entre as principais atrações ali estão a Plaza de Armas, considerada uma das Plaza de Armas mais bonitas do Peru e comparada às grandes praças da Andaluzia, na Espanha; e a Catedral de Arequipa.

Outros pontos imperdíveis são:

  • Mosteiro de Santa Catalina: fundado em 1579, é tão grande que é quase uma pequena cidade, com ruas, praças e claustros. Aberto à visitação do público desde 1970, possui uma bela coleção de obras de arte que o fazem um dos endereços mais especiais na cidade.
  • Museu dos Santuários Andinos da Universidade Santa Maria: local que guarda um acervo precioso que conta a história de santuários que foram encontrados nos vulcões da região. Entre as principais relíquias estão uma múmia de uma menina do fim do século 15, sacrificada em um ritual aos deuses. A múmia é considerada uma das mais importantes do país, graças ao seu ótimo estado de preservação. Chamada de Juanita, é tida por muitos como a mais bem conservada entre todas encontradas em antigos territórios incas. Sua exposição dura apenas entre maio e dezembro e, nos meses seguintes, é a vez de Sarita, outra múmia, ser vista pelo público.
  • Mirador de Carmen Alto: distante cerca de 2,5 quilômetros da Plaza de Armas do Mirador, é um excelente ponto para observar a cidade do alto cercada pelos vulcões.

E para comer? Duas excelentes opções são o Chicha, uma espécie de filial arequipenha do famoso Astrid y Gastón, de Lima e de Cusco; localizado no interior de um casarão do século 17, em frente ao Mosteiro.

Outro local que merece a visita é o Zig Zag, lugar ideal para tomar uma cerveja Arequipeña, provar pratos típicos e carnes grelhadas. Uma curiosidade é que dentro, há uma escada de ferro desenhada por Gustave Eiffel, o mesmo engenheiro que emprestou seu nome à Torre, em Paris.

Canyon del Colca e  a charmosa Chivay

É quase impossível passar por Arequipa e não esticar até o Vale do Colca. Ali, o espetáculo fica por conta do condor-dos-andes. Ameaçadas de extinção, estas aves impressionantes, que chegam a ter 3 metros de envergadura e 1,2 de altura, vivem em uma maravilha da natureza, tão ou mais impressionante que o Grand Canyon, nos Estados Unidos.

A diferença é que, enquanto a atração norte-americana possui cerca de 1,6 mil metros de profundidade, o Vale do Colca chega a ter até 4,2 mil metros e se estende por 100 quilômetros.

No entanto, sua localização fica a 2,3 mil metros acima do nível do mar. Este vale era a morada de povos da antiguidade, os Cabana, os Collagua e os Colcas. Estando em Arequipa, uma boa pedida para chegar até esta formação geológica que remonta há mais de 10 milhões de anos, é sair bem cedo, por volta das 3h da manhã – já que o vale fica a 160 quilômetros dali e a estrada não é de rápida circulação.

Assim, é possível chegar perto da hora em que os condores alçam voo, entre as 8h e 10h da manhã, quando as correntes quentes começam a ascender e eles não precisam fazer quase nenhum esforço para voar. Logo no início do passeio é feito uma parada na cidadezinha de Chivay para o café da manhã.

Depois, vale a pena passar por outros vilarejos do período colonial, cheios de igrejinhas de arquitetura espanhola. Aproveite para fazer compras de artesanatos em lã muito colorida, típica do país.

Aprecie a paisagem única da região enquanto caminha até a parte mais alta, a Cruz del Condor, um mirante natural em que os visitantes podem ter uma vista privilegiada da formação geológica, ideal para observar toda a magnitude do planar do condor. No chão, lhamas, vicunhas e alpacas reinam soberanas.

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