Tempo de leitura: 9 minutos
Ao chegarem na região onde é hoje a Guatemala, os espanhóis se depararam com uma civilização altamente sofisticada e com um avanço tecnológico capaz de surpreender os visitantes que chegam até a região ainda no século 21.
O povo Maia era bastante criativo e engenhoso, construiu pirâmides e outras imponentes obras que resistiram ao tempo e podem ser visualizadas até hoje. Estas construções serviram de templos religiosos, onde praticavam ritos de adoração aos deuses e para diversas outras finalidades do cotidiano de sua complexa civilização.
Sua religião politeísta, repleta de sofisticadas simbologias, cultuava deuses como Itzamna, o mais importante deles, o deus da Lua, o deus do Sol, deus da Chuva, do Vento, da Morte, da Vida e outros que representavam a caça e o plantio.
Os Maias criaram também, uma engenhosa contagem do tempo em calendários com sistemas cíclicos em relação aos ciclos da natureza para o desenvolvimento agrícola. Estes calendários lhes davam previsão do momento certo de plantar e colher.
Entre sua alimentação, estavam o milho, agave e cacau. Este último, chegou a ser moeda de troca e, a partir de sua semente, era feita uma bebida amarga chamada xocoatl, bebida esta que acreditavam combater o cansaço e que deu origem ao chocolate após ser conhecido e transformado pelos colonizadores.
Conhecer a Guatemala é uma oportunidade única de ver o legado dessa cultura Maia, misturada a elementos espanhóis e em meio a uma natureza exuberante de paisagens belíssimas.
Oficialmente chamada de República da Guatemala, este é o terceiro maior país da América Central em termos territoriais, com quatro importantes vizinhos: México, Belize, El Salvador e Honduras.
O país foi colonizado por espanhóis, que ocuparam suas terras de 1523 até 1821, e os traços de sua colonização também resistem até os dias atuais com atrações que devem ser visitadas.
Sua capital econômica, política e cultural, a Cidade da Guatemala, é a maior cidade da América Central, tendo sido planejada linearmente. Ali, há inúmeros museus onde se pode ter informações a respeito do que é visto nos sítios arqueológicos, como Tikal, Quiriguá e Kaminaljuyú, passeios que fazem parte dos principais roteiros de viagem à esse país.
Conheça os principais locais que merecem uma visita:
Antigua
Esta foi a primeira cidade planejada das Américas e a capital da colonização espanhola na América Central. No fim do século XVIII, após um terremoto que a destruiu, foi abandonada e a capital transferida para Cidade da Guatemala. Considerada Patrimônio Mundial pela Unesco, no século passado a cidade ressurgiu e se tornou um destino de veraneio.
Lá, já dá para ter uma ideia da cultura pré-colombiana, já que boa parte da população é descendente de povos Maias. Parte desse legado Maia está evidente nas tradicionais vestimentas coloridas, os huipiles. O artesanato, em especial o têxtil, é muito rico.
Por conta da localização geográfica e da altitude que atinge os mais de 1,6 mil metros acima do nível do mar, o clima é de primavera o ano todo, sem altas temperaturas ou frio extremo. Assim, durante o dia, dá para usar bermuda ou calça e camiseta, e à noite no máximo um agasalho leve.
Entre os maiores atrativos locais estão sua arquitetura colonial muito bem preservada e as ruínas das igrejas, em barroco espanhol. Também valem a visita os museus da cidade, o Cerro Santo Domingo, uma bela propriedade que conta com alguns museus e um restaurante com bela vista da cidade.
Falando nisso os amantes da natureza podem escalar os vulcões, como o Pacaya e sua cratera de 126 quilômetros de extensão, ainda ativo e de dificuldade leve a moderada; além de Acatenago e Água, vulcões inativos com vista para o também ativo vulcão Fuego. No entanto, estes dois últimos são apenas para aqueles com bom preparo físico.
Chichicastenango
Nesta pequena cidade funciona, às quintas e domingos, uma grande feira-livre que existe desde antes da chegada de Colombo às Américas. Vale a pena a visita se sua vontade for travar contato mais próximo com a cultura e os moradores locais.
Lago Atitlán
Com 130 quilômetros quadrados, este é considerado um dos lagos mais profundos da América Central que se formou após uma erupção vulcânica. Ao seu redor, há inúmeras cidadezinhas e povoados muito charmosos.
O principal povoado é o de Panajachel, ou Pana, onde há mais opção de hotéis, restaurantes e artesanato de qualidade. De lá partem barcos para outros povoados típicos.
Em seu entorno, a presença indígena é mais evidente e entre os passeios principais estão o vilarejo de Santiago Atitlán, onde é possível conhecer a igreja com santos vestidos de roupas Maias.
Outro ponto que merece a visita é a casa onde está o Maximón (San Simon para muitos católicos), uma divindade do sincretismo guatemalteco que atende pedidos mediante doação de dinheiro, rum ou roupas de seda. A cada ano, a estátua desta divindade se hospeda na residência de uma família diferente que se responsabiliza pelos cuidados com a imagem, inclusive por manter constantemente um cigarro aceso em sua boca.
Também valem a visita à Vila de Tzutuhil de Santiago Atitlán, Huehuetenango e San Andrés Xecul.
Lago Petén Itzá
Situado no departamento de Petén, possui uma área de 120 quilômetros quadrados e profundidade máxima de 160 metros. Próxima à margem sul, localizada em uma ilha, fica a cidade de Flores, ocupada pelos espanhóis durante o período de colonização, e construíram uma cidade colonial com ruas estreitas, uma igreja no topo e locais na orla para passeios e banhos nos dias mais quentes de verão.
Mas, além da cidade, é possível fazer passeios de barco ao redor da ilha, com paradas em vilas próximas. Outro atrativo é a prática de mergulho para observar vestígios arqueológicos. Inclusive, reza a lenda que um grande cavalo esculpido em pedra pelos maias em homenagem a Hernán Cortez estaria afundado por aqui.
Sítios Arqueológicos
Os sítios arqueológicos da Guatemala são suas maiores atrações, uma vez que apresentam a história dos Maias, uma civilização muito importante para a região e que também figura na lista de grandes civilizações mundiais.
- Sítio Arqueológico de Iximché
Era a capital Maia do reinado Cakchiquel, situada nas terras altas da Guatemala ocidental, no município de Tecpán, Chimaltenango. O nome do sítio, Iximché, deriva das palavras ixim (milho) e ché (lugar). Era formada por seis praças, cada qual com pelo menos dois templos cada; e dois campos de jogar bola. Tem ainda, Copán que abriga pirâmides, sepulturas e campos de “jogar bola” do período Maia.
- Centro Arqueológico de Quiriguá
As ruínas de Quiriguá formam um dos principais vestígios da civilização Maia na Guatemala. Este sítio arqueológico fica no leste do país, na província de Izabal, próximo à fronteira com Honduras e a 250 quilômetros da capital. O local é tombado como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco e foi ocupada pelos Maias no século II.
No total, há ali 17 monumentos milenares, além de uma série de peças esculpidas em pedra com desenhos em relevo – chamadas de “stelae”, sendo que algumas dessas peças são, na verdade, calendários que ajudaram os pesquisadores a entender um pouco mais sobre a história e os costumes desta antiga civilização. Localizada no centro do sítio, a Grande Praça se encontra em excelente estado de conservação e é tida como o maior espaço público no território Maia. Em seu entorno, além de uma rica vegetação tropical, encontram-se pirâmides, terraços e escadarias.
- Complexo de Tikal, a “joia do mundo Maia”
Tikal fica no norte da Guatemala, no estado de Petén, a 500 quilômetros da capital do país. Pode-se dizer que está situada no coração do mundo Maia. A antiga cidade foi habitada pelos Maias entre os séculos VI a.C. e X d.C e ali existem inúmeros templos, palácios, praças, terraços, reservatórios de água, habitações, além de seis pirâmides de degraus, nas quais há templos sagrados nos topos.
Muitas dessas ruínas ainda conservam pinturas e desenhos em alto relevo em suas superfícies. Estudos arqueológicos indicam que Tikal se relacionava com outras importantes cidades do mundo Maia, como Teotihuacan no México e Caracol em Belize.
O parque é considerado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco por conta de sua grande importância tanto histórica quanto natural. Em uma área de 576 quilômetros quadrados, além das bem preservadas ruínas, Tikal faz parte da Reserva da Biosfera Maia e possui uma rica biodiversidade de fauna e flora, com milhares de espécies de plantas, além de aves, felinos, macacos entre outros animais.
Aulas de gastronomia guatemalteca
Alguns pacotes de viagem incluem aulas de culinária básica guatemalteca, uma experiência encantadora e deliciosa em que o turista pode provar o que ele mesmo preparou.
No povoado de Chichicastenango fica um dos mais famosos mercados indígenas da América Latina. Lá, as mulheres locais ensinam o preparo do prato básico da Guatemala, uma saborosa tortilha, como se fosse um omelete feito com milho.
Já um passeio de lancha pelo Rio Dulce, leva à Vila de Cayo Quemado, um pequeno povoado onde viajantes participam de uma aula gastronômica, em que é preparada uma comida típica da região, também bastante conhecida em outros países da América do Sul: o Ceviche, prato feito de peixe marinado no limão e temperos.
A Guatemala conserva bravamente as memórias de sua civilização-mãe, vestígios de uma era, que hoje contada nos livros, também são atrativos turísticos que colocam esse país, em alto patamar de destinos históricos e culturais do nosso planeta.
Quer saber mais sobre a Guatemala e os nossos pacotes? Fale com a gente!